A confiança dos industriais gaúchos caiu pela quinta vez consecutiva e somou 48,6 pontos em julho, de um total de 100, atingindo o menor patamar em quatro anos. O índice, medido pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), recuou 5,3 pontos em comparação com junho. "A confiança, que já vinha sendo corroída sistematicamente por fatores como a falta de competividade, a inflação elevada e o ambiente externo desfavorável, atingiu a faixa de pessimismo com a retomada da política de elevação dos juros e com a perspectiva de menor crescimento da economia", afirmou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
Com a forte queda, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI/RS) voltou ao patamar do início de 2009, quando sofria os efeitos da crise financeira internacional que levou o setor fabril a uma forte recessão. A redução em julho refletiu, sobretudo, à expressiva desaceleração nas condições atuais da empresa e da economia gaúcha e brasileira (42,1 pontos).
As expectativas dos industriais para os próximos seis meses também diminuíram fortemente. O índice caiu de 56,6 pontos, em junho, para os atuais 52,0, demonstrando pouco otimismo com o futuro da empresa e pessimo com a economia brasileira. "Essas perspectivas negativas, sobretudo para o futuro da economia, construídas sob condições correntes já muito deterioradas, deverão se refletir negativamente nas decisões de investir e de contratar das empresas", avaliou Müller, destacando que o ICEI-RS aponta para uma perda de intensidade do atual ritmo da atividade industrial no Estado para o segundo semestre.
Elaborado mensalmente pela FIERGS, o ICEI-RS varia numa escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima 50 denotam maior otimismo e quanto mais abaixo, pessimismo.