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Crescem oportunidades ao mercado angolano

Um país em plena reconstrução após quase 30 anos de guerra civil, com economia crescente e carente de uma enormidade de produtos industriais. Assim pode-se qualificar o mercado consumidor de Angola, país africano, parceiro do Brasil em alguns setores e com grande potencial para ser um dos maiores destinos das exportações verde e amarelas. A convicção é tão segura que a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) organizou um seminário para apresentar os resultados de um estudo completo sobre as demandas daquele país. Nesta quarta-feira (28/04), o evento ocorreu na FIERGS, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN-RS).

O seminário Oportunidades de Negócios no Mercado Angolano contou com a presença do analista de gestão de negócios e mercados da Unidade de Inteligência Comercial da Apex-Brasil, João Ulisses Pimenta, autor do estudo sobre a Angola. De acordo com ele, as perspectivas de negócios podem ser consideradas excelentes, considerando que Brasil e Angola falam a mesma língua portuguesa. Além disso, entre 2002 e 2009, após quase 30 anos de guerra civil, Angola tem crescido a taxas de 12,8% ao ano. "É um dos países que mais crescem no mundo, tem um PIB de US$ 69,7 bilhões e cerca de 18 milhões de habitantes, praticamente todos concentrados na cidade de Luanda, o maior aglomerado urbano de lá", resumiu o palestrante.

Outro aspecto importante a nortear as abordagens ao mercado da Angola é a reconstrução de edificações e produção agrícola. "Após a guerra, tudo o que mais desejam os angolanos é rever obras de saneamento, estradas, ruas e infraestrutura reerguidas. Fora isso, na área privada, o segmento de construção civil está carente de máquinas, equipamentos, conhecimento, muito aço, ferro, cerâmica, madeira e profissionais para por em prática todas as necessidades", adiantou o analista da Apex-Brasil.

Do ponto de vista dos angolanos, comprar produtos no Exterior é uma necessidade, uma vez que a indústria do país vai demorar para se consolidar. Os setores de alimentação, com a agroindústria, calçados, cutelaria, móveis, embalagens, ferramentas, tintas, serralheria, produtos de madeira, produtos químicos e farmacêuticos, máquinas, equipamentos e motores, veículos e serviços têm potencial para negócios. "Embora o Brasil tenha bom relacionamento, ainda não somos os primeiros exportadores. Portugal, China e Estados Unidos estão na frente", observou. Em 2009, as exportações brasileiras para a Angola totalizaram US$ 1,3 bilhões.

Na segunda parte do seminário, o analista de políticas e indústrias da Unidade de Comércio Exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eli Tedesco, detalhou como será a missão empresarial que a Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN) organiza com destino a Luanda. O gestor de projetos da Unidade de Imagem e Acesso a Mercados da Apex-Brasil, Adalberto Schiehll, demonstrou como será a participação brasileira na Feira Internacional de Luanda (Filda 2010), de 20 a 25 de julho. A Filda é a principal feira do país. Em 2009, 43 empresas brasileiras realizaram negócios de US$ 31 milhões. Em 2010, o País participa com os seguintes setores: agronegócio (alimentos e bebidas e tecnologia agropecuária); artigos pessoais como calçados, vestuário, perfumaria, produtos de limpeza; casa e construção; produtos químicos e farmacêuticos; máquinas, equipamentos e motores; veículos; e serviços de cinematografia, impressos, arquitetura e engenharia.

Publicado quarta-feira, 28 de Abril de 2010 - 0h00