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Exportações gaúchas crescem apenas 3% em outubro

Segundo dados divulgados pela FIERGS, embarques somam US$ 1,6 bilhão

As exportações do Rio Grande do Sul já começam a sentir os efeitos da crise econômica mundial. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (13) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), apesar do crescimento de 3% (US$ 1,6 bilhão) nos embarques em outubro, em relação ao mesmo período de 2007, o resultado é pouco expressivo em comparação às médias anteriores, quando de janeiro a setembro o aumento mensal se situava entre 10% (março) a 31% (junho) . "A tendência para os próximos meses é de uma desaceleração ainda mais forte no comércio externo, tanto nas exportações, quanto nas importações. Esse desaquecimento será tão grande quanto for o impacto da crise no lado real das economias dos principais países demandantes dos nossos produtos", afirmou o presidente da FIERGS, Paulo Tigre, ao divulgar os dados.

Em outubro, o Rio Grande do Sul ficou em terceiro lugar no ranking de Estados exportadores, com 9,5% de participação, atrás apenas de São Paulo (28,8%) e Minas Gerais (12,5%). Rio de Janeiro é o quarto, com 9%. Os principais mercados das vendas gaúchas foram Estados Unidos (13,6%), China (11%) e Argentina (8,5%).

De acordo com o presidente da FIERGS, 2008 deverá ser encerrado com um saldo comercial de US$ 3 bilhões. As vendas externas do Estado podem chegar a US$ 19 bilhões e as compras, a US$ 16 bilhões. Um cenário de economia mundial menos aquecida em 2009 resultará em menores taxas de crescimento, disse Paulo Tigre, ao acrescentar que outro fator preocupante é " a média diária de concessões

de ACC's (Adiantamentos de Contratos de Câmbio) que, em outubro foi 50% menor do que a observada nos meses de junho, julho e agosto, " um indicativo de que haverá maiores impactos negativos nas exportações dos próximos meses," conclui.

Intensidade tecnológica − Por intensidade tecnológica, quem mais sentiu os efeitos foram os produtos de alta tecnologia (condensadores e controladores eletrônicos), que tiveram uma variação negativa de -28% em outubro de 2008, ante o mesmo período de 2007, perda de US$ 5 milhões. Os produtos de média-alta (polietileno, componentes de veículos e tratores) apresentaram uma queda de -2% (US$ 7 milhões). Na baixa tecnologia (óleo de soja e carnes in natura), por sua vez, o crescimento foi de 24%, um acréscimo de US$ 135 milhões, enquanto na média-baixa (arroz, leite e celulose) teve um incremento de 11% (US$ 15 milhões).

Publicado quinta-feira, 13 de Novembro de 2008 - 0h00