O faturamento real da indústria gaúcha, que já vinha desacelerando desde março deste ano, caiu 5,6% em agosto, em comparação com o mesmo mês de 2007. Mesmo com este resultado negativo, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), medido pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul e divulgado nesta segunda-feira (6), conseguiu uma pequena expansão de 2,5%, principalmente pela influência das variáveis ligadas ao mercado de trabalho.
De acordo com o presidente da FIERGS, Paulo Tigre, "Os fatores que mais contribuíram para este resultado pouco animador foram dois dias úteis a menos no calendário e a contínua influência do câmbio nas vendas dos exportadores". Ele destacou que as indústrias focadas nas vendas externas viram o seu faturamento desabar 12,1% em agosto, ante igual período do ano passado. Os desempenhos negativos mais expressivos foram registrados nos setores de fumo (-23,9%), refino de petróleo (-10,1%) e couros e calçados (-4,4%).
Ao contrário do faturamento, as demais variáveis continuam avançando, especialmente as vagas abertas e os salários pagos. A primeira aumentou 8,4% e a segunda, 4% em agosto, ante igual período de 2007. Os setores que mais contrataram foram Máquinas e Equipamentos (22,4%), Veículos Automotores (13,5%) e Alimentos (7,4%). "O mercado interno, ainda fortemente aquecido, e a diminuição nas margens de lucro estão sustentando a folha de pagamento, mas não sabemos até quando será possível segurar esta situação", disse Tigre, alertando que os efeitos da crise americana ainda não foram captados.
Na soma de janeiro a agosto, todas as variáveis que compõem o Índice de Desempenho Industrial ainda permanecem positivas, com destaque para as compras industriais e a massa de salários, com majoração de 13% e 10%, respectivamente. Elas contribuíram para que o IDI-RS registrasse uma expansão de 6,9% no acumulado do ano.
