O Estado terá um crescimento de PIB de 2,6% em 2019, superior ao do País (aumentará 1,1%), mas que será reduzido para 1,8% no próximo ano, prevê a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), que apresentou, nesta terça-feira (3), o seu Balanço 2019 e Perspectivas 2020. “O ano de 2019 foi de o Brasil começar a arrumar a casa, esperava-se mais rapidamente, mas não foi porque em uma democracia sempre se depende do parlamento, que anda mais devagar do que a economia”, disse o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, ressaltando que em 2020 o Produto Interno Bruto Brasileiro deverá chegar a 2%, de acordo com a estimativa da entidade.
Segundo a FIERGS apresentou em entrevista coletiva, dois fatores principais contribuíram para o resultado da economia gaúcha em 2019: a elevada produtividade da colheita de grãos em relação à safra de 2018 (incremento de 6,1%, enquanto a brasileira foi de 3,8%) e o bom desempenho da Indústria de Transformação no primeiro semestre, com forte crescimento, puxado pelo desempenho da fabricação de veículos automotores (+21%). O presidente da FIERGS vê o empresário brasileiro mais otimista com o futuro da economia e das empresas, e isso deverá se refletir com a abertura de novas vagas em 2020. “Nossa previsão é a de criar 38 mil empregos no Rio Grande do Sul, como empresários, temos a função de criar emprego, juntamente com o governo”, salientou.
O economista-chefe da FIERGS, André Nunes de Nunes, destacou que mesmo completando o terceiro ano consecutivo de crescimento, as economias do Brasil e do Rio Grande do Sul no final de 2019 ainda operam muito aquém do período pré-crise, com a produção física industrial do Estado mais de 14% abaixo do pico. Mas o economista vê perspectivas positivas a partir do ano que vem. “Se para a economia global o melhor já passou, tendo em vista a aproximação do fim de um longo ciclo de crescimento, no caso do Brasil, o pior já passou”, afirmou ele, observando que o menor avanço do PIB gaúcho para 2020 em relação ao Brasil se explica porque o Estado partirá de uma base de crescimento mais elevada.
Já o desempenho nacional, embora houvesse a expectativa de retomada mais vigorosa no início de 2019, foi influenciado por diferentes fatores: a queda da demanda externa, especialmente da Argentina, o patamar das taxas de juros ainda alto e insuficiente para estimular a economia, e a incerteza em relação à aprovação da Reforma da Previdência, promulgada apenas em novembro. Além disso, o desempenho da indústria nacional foi afetado também pela queda na Indústria extrativa (-9,8%) em função do desastre de Brumadinho.