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Impacto dos custos de logística é debatido na FIERGS

Conselheiro técnico do governo francês Pierre Lefort participou do evento

Os valores com transporte representam a maior parcela dos custos logísticos das empresas. Em algumas regiões brasileiras pode chegar a 30% do faturamento bruto e, em muitos casos, supera o lucro operacional. Na média brasileira, estima-se que são superiores a 17%. Para tratar do tema, a FIERGS, através do seu Conselho de Infra-estrutura, promoveu em conjunto com a Associação Riograndense dos Estagiários na França (Ardef) o Seminário Franco-Brasileiro -Transporte Intermodal é uma Solução?.

O evento, realizado nesta quinta-feira (19), teve como conferencista o engenheiro francês Pierre Lefort, conselheiro técnico dos ministérios de Meio Ambiente e de Equipamento e Transporte da França e presidente do maior grupo francês especializado em plataformas logísticas (Sogaris). Lefort abordou a importância da integração de transportes na hora da distribuição de mercadoria.

Segundo o palestrante, devido à globalização, a produção mundial cresceu, triplicando as importações e exportações e aumentando o custo logístico das empresas. As despesas neste âmbito podem atingir 20% do custo total; em média 12% do preço final dos produtos de grande consumo. O transporte é o item de maior peso, 44% do total, e armazenagem atinge 2% do faturamento das empresas. ''Hoje não é mais rentável transportar mercadorias por um único meio. Os transportes precisam estar interligados. Por isso se faz necessário a construção de plataformas logísticas'', afirmou Lefort.

Lefort disse que as três principais constatações com base nas evoluções ocorridas nos últimos vinte anos são as seguintes: a performance logística tornou-se um elemento definitivo para as empresas serem competitivas; a totalidade do transporte por caminhão não é mais compatível com um desenvolvimento sustentável; e a correta organização da distribuição urbana das mercadorias tornou-se um elemento maior em jogo para a administração pública local.

O coordenador do Conselho de Infra-Estrutura (Coinfra) da FIERGS, Ricardo Portella Nunes, apresentou detalhes sobre a situação da malha rodoviária do Rio Grande do Sul e os baixos investimentos que foram feitos na área o oa década de 50 pelos sucessivos governos estaduais e federais. Segundo ele, com o Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal existe agora uma tendência de que ocorram melhorias, pois o foco maior está na área de infra-estrutura. ''Estamos muito confiantes que os investimentos venham a crescer. Hoje o Brasil investe na área de transporte menos de 1% do seu PIB. Nós defendemos que há uma necessidade de acelerar as concessões onde elas são possíveis e nós temos possibilidades de construir rodovias e também de usar o modelo de Parceria Público Privada (PPP). Onde não houver condições, é preciso buscar recursos públicos'', disse Portella Nunes.

Publicado quinta-feira, 19 de Abril de 2007 - 0h00