Em um indicativo de que a produção industrial gaúcha segue em aquecimento, as importações do Rio Grande do Sul cresceram 68% de janeiro a abril de 2010, em comparação ao mesmo período do ano passado. O valor chegou a US$ 4,077 bilhões, sendo que os principais itens adquiridos foram óleos brutos de petróleo (US$ 1,2 bilhão), naftas para a petroquímica (US$ 648 milhões), automóveis e camionetas (US$ 571 milhões) e adubos e fertilizantes (US$ 271 milhões). "O aumento da atividade na indústria refletiu em uma maior demanda por bens intermediários e insumos. Além disso, a elevação do emprego, da renda das famílias e o câmbio valorizado estimularam as compras de bens de consumo", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, ao avaliar os números da balança comercial nesta quarta-feira (12).
Em relação às exportações, o Rio Grande do Sul acumulou vendas totais de US$ 4,079 bilhões, um crescimento de 16% nos primeiros quatro meses do ano, ante o mesmo período de 2009. A indústria de transformação gaúcha respondeu por 90% dos embarques totais no período. Por segmento, destacaram-se Metalurgia (expansão de 110%, impulsionada pelos envios de barras e tubos de ferro e aço para a Argentina e Chile), Produtos Químicos (65% das vendas totais, principalmente de polietileno e benzeno para a Argentina e Estados Unidos) e Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (42%, puxado pelas exportações de ônibus para a Argentina e África do Sul). "A recuperação nesses três segmentos mostra que os principais parceiros comerciais do Estado começam a superar a crise, o que reflete na aquisição de insumos e retomada dos investimentos. Apesar do ritmo ainda ser lento, podemos observar uma melhora significativa em relação ao ano passado", destacou Paulo Tigre.
Os principais países compradores de produtos gaúchos nos quatro primeiros meses de 2010 foram Argentina (11,8% do total), Estados Unidos (9,8%), China (8,4%), Paraguai (5,4%) e Rússia (4%). O Rio Grande do Sul está na quarta posição no ranking dos Estados com maior participação nas vendas externas do País (7,5% de participação) em 2010. São Paulo é o principal exportador brasileiro, com 26,6%, seguido de Minas Gerais (12%) e Rio de Janeiro (11,4%).
Quando analisado apenas abril, as exportações da indústria gaúcha aumentaram 28%, atingindo US$ 1,4 bilhão, ante o mesmo mês de 2009. Nesta mesma base de comparação, as importações tiveram um incremento de 62%, alcançando US$ 1 bilhão.
Barreira argentina − Em relação às restrições de importação de alimentos industrializados impostas pelo governo argentino, a FIERGS entende que esta nova situação exige uma "ação forte e imediata do governo brasileiro", por se tratar de uma ameaça ao setor exportador.
A Argentina é um parceiro comercial importante para o Rio Grande do Sul, mas nos últimos anos, salienta a entidade, a indústria do Estado tem encontrado dificuldades por causa de reiteradas atitudes do governo argentino, como já ocorreu anteriormente com os calçados e os produtos da linha branca, e agora se estende aos alimentos industrializados.
