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Indústria gaúcha desacelera, mas está otimista com segundo semestre

O setor industrial gaúcho não repetiu no segundo trimestre do ano o desempenho do primeiro. A maioria dos indicadores pesquisados desacelerou. Apesar desse resultado, as expectativas dos empresários são de otimismo para os próximos seis meses. A Sondagem Industrial da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) foi divulgada nesta quinta-feira (19) pelo presidente da entidade, Paulo Tigre. "O desaquecimento acompanha a tendência nacional de acomodação da atividade com a retirada dos incentivos fiscais", afirmou.

No segundo trimestre, as variáveis que apresentaram desaceleração foram referentes ao número de empregados (55 pontos), sete a menos na comparação com a sondagem anterior, e aos pedidos em carteira (64 pontos), queda de oito pontos, embora permaneçam indicando crescimento. Junho registrou isoladamente os maiores desaquecimentos do período avaliado, quando a produção caiu (47 pontos) e a utilização da capacidade instalada ficou abaixo da usual para o mês (47 pontos). Numa escala de 0 a 100 pontos, acima de 50 pontos significa uma evolução positiva e inferior é negativa. "A retração em junho é pontual e sazonal, influenciada também pelo menor número de horas trabalhadas por causa dos jogos da Copa do Mundo. Portanto, não é uma queda e sim um menor ritmo de crescimento", explicou Tigre.

A Sondagem Industrial da FIERGS verificou ainda os principais problemas enfrentados pela indústria gaúcha no segundo trimestre de 2010. São eles: alta carga tributária (56,4%), competição acirrada do mercado (48,1%), elevado custo da matéria-prima (26,3%), diminuição da demanda (26,3%), falta de trabalhador qualificado (25,6%) e aumento da taxa de câmbio (22,6%). Segundo os entrevistados, estes foram os motivos que fizeram o setor desacelerar o ritmo de expansão em relação aos três primeiros meses do ano.

Apesar da retração na atividade atual do setor, a maioria dos industriais está otimista com o segundo semestre do ano. Para este período, o item com maior pontuação foi compra de matérias-primas (63 pontos), consequência da perspectiva de aumento da demanda (61 pontos) devido ao mercado interno aquecido. Para 47,3% dos empresários, haverá uma elevação nas vendas nos próximos meses e somente 5,5% acreditam em queda.

Também é boa a expectativa em relação ao emprego (53 pontos). As contratações devem ocorrer em 24% das empresas pesquisadas e 10% pensam o contrário. Já em relação às exportações, que obtiveram 54 pontos, os entrevistados acreditam num avanço moderado.

Publicado quinta-feira, 19 de Agosto de 2010 - 0h00