Você está aqui

As dificuldades para conseguir insumos e matérias-primas no mercado interno prejudicam 73,7% das empresas gaúchas, revela a Sondagem Especial Insumos e Matérias-Primas, divulgada nessa terça-feira (23), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). Ao mesmo tempo, entre as que utilizam insumos importados – sete entre cada dez –, 82,1% enfrentam problemas para adquiri-los. A pesquisa aponta que 80% ainda acreditam em normalização no fornecimento nacional até o fim de 2022, enquanto no caso dos importados, 73,2% preveem a volta ao normal também apenas no final do próximo ano.

Segundo o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, as paralisações e os retornos recorrentes da atividade econômica ao longo de quase dois anos, devido às medidas de combate à pandemia, geraram diversos impactos negativos na indústria gaúcha. “A queda abrupta da produção se disseminou pela cadeia de suprimentos, dando origem a um desequilíbrio entre a demanda e a oferta, que resultou em escassez e expressivas altas nos preços internacionais dos insumos e matérias-primas. No Brasil, elas foram intensificadas pela desvalorização do Real”, explica.

A falta ou os altos preços dos insumos e matérias-primas é de longe o principal obstáculo enfrentado pela indústria gaúcha desde o terceiro trimestre de 2020. Nunca um problema atingiu o setor tão intensamente. Em outubro, no universo superior a 73% que revelaram entraves para obter insumos e matérias-primas no mercado doméstico, as dificuldades são grandes para 22,2%, enquanto 21,8% não vê dificuldade nisso. Para a maioria, 51,5%, sim, existe dificuldade. Atualmente, o problema está um pouco mais disseminado do que há um ano, quando atingia 70,9% das empresas. Mas vem diminuindo, já que alcançava 85,2%, em novembro de 2020, e 81,6%, em fevereiro de 2021.

Entre aquelas que precisam de insumos e matérias-primas importados, as dificuldades aumentaram durante o último ano. Em outubro de 2020, 63,9% das empresas relatavam o problema, 18,2 pontos percentuais a menos do que agora.

A pesquisa foi realizada com 266 empresas entre 1º e 15 de outubro (214 da Transformação e 52 da Construção), sendo 59 pequenas, 95 médias e 112 grandes. A pesquisa completa está em Sondagens Especiais.

Publicado Terça-feira, 23 de Novembro de 2021 - 17h17