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Industriais se mobilizam contra votação da redução da jornada de trabalho

Reduzir a jornada de trabalho por imposição legal é um retrocesso. Com este alerta o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Paulo Tigre, reforçou a mobilização de empresários que visitaram na terça-feira (23), em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, e lideranças dos partidos políticos. Os industriais veem como inoportuna a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e eleva o valor da hora extra, de 50 para 75%.

Antes do encontro na Câmara dos Deputados, os presidentes das federações de indústrias dos Estados debateram o tema na reunião de diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Eles definiram como eleitoreira a possibilidade de votação da PEC, este ano, no plenário do Congresso Nacional.

"Hoje os movimentos sindicais são estruturados e sabem bem entender a dinâmica da economia. Neste contexto, temos que manter o diálogo sem querer engessar as relações trabalhistas", disse Tigre. "Além disso, ainda estamos no meio do processo de recuperação da crise econômica mundial. As grandes economias continuam frágeis e deverá ocorrer um acirramento na competição entre os mercados, o que exigirá maior competitividade do Brasil", completou.

À frente da mobilização, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, afirmou que a imposição por lei é prejudicial ao Brasil, "um País heterogêneo, com diferentes situações no mundo do trabalho". Como exemplo, destacou que as pequenas empresas intensivas em mão de obra, que concorrem no mercado interno em condições de desvantagem, seriam afetadas de maneira grave. Para ele, a livre negociação é o melhor caminho. "Na indústria já fazemos isso. Agora, somos contrários que isso se dê de forma impositiva. E ainda em uma circunstância que está mais vinculada ao calendário eleitoral do que às necessidades da economia brasileira", disse.

Publicado Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2010 - 0h00