As principais dificuldades enfrentadas pelas indústrias no primeiro trimestre do ano foram a elevada carga tributária e a competição acirrada de mercado, segundo resultado da Sondagem Industrial da FIERGS. "As condições financeiras das empresas estão sendo pressionadas pelos altos custos e pela forte concorrência com os importados", avaliou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Heitor José Müller, nesta segunda-feira (7).
Entre as respostas de múltipla escolha, 65,5% das pequenas, médias e grandes empresas afirmaram que a carga tributária é o fator que mais impediu o avanço dos negócios nos três primeiros meses do ano e 44,4% apontaram a forte disputa de mercado. A terceira posição ficou com a escassez de demanda, com 29,2% das indicações, um percentual bem superior ao do mesmo período do ano passado (19,3%).
A falta de trabalhador qualificado, quarto item mais assinalado (27,5%), também continua sendo um obstáculo para o setor industrial. A opinião é compartilhada por todos os portes de empresas, mas nas pequenas a situação tem importante impacto, conforme 37,8% das respostas destas. Já nas grandes corporações, o foco maior dos problemas são os elevados juros e custos da matéria-prima (30%).
Mesmo com a desvalorização do real, a taxa de câmbio ficou entre os cinco maiores entraves no primeiro trimestre, abrangendo 26,9% das indústrias pesquisadas, um aumento de oito pontos percentuais em comparação com os mesmos meses de 2011. Para as grandes indústrias, este item é o terceiro que mais interfere no resultado dos negócios.
Quando é avaliada a expectativa de demanda para os próximos seis meses, os empresários permanecem acreditando numa melhora, no entanto estão menos confiantes em relação ao verificado na sondagem anterior. O percentual de otimistas caiu de 47,4% para 38,5% e o de pessimistas aumentou de 11,5% para 16,6%.
