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Indústrias aumentam exportações em 19%

As exportações da indústria gaúcha cresceram 19% nos primeiros oito meses, em comparação com o mesmo período de 2007, chegando a US$ 10 bilhões, uma participação de 84% sobre os embarques totais do Estado. "O cenário conjuntural externo continua favorável, mesmo com os problemas causados pela crise de crédito no mercado americano. Além disso, nossos exportadores diversificaram destinos e estão, cada vez mais, agregando valor aos produtos, gerando resultados positivos, como mostram os números do segmento", explicou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, ao divulgar a balança comercial nesta quinta-feira (11).

Em dólar, o melhor desempenho foi do setor de Alimentos e Bebidas, que tem a maior participação na pauta exportadora gaúcha (26%). Seus embarques somaram US$ 3 bilhões, uma elevação de 56% ante igual período em 2007. Os principais produtos foram carne de frango in natura e óleo de soja. Máquinas e Equipamentos geraram US$ 1,1 bilhão, um acréscimo de 38%, seguido por Borracha e Plástico, que teve alta de 25% e atingiu US$ 181 milhões. Material de Transporte registrou US$ 619 milhões, uma majoração de 24%. Já o setor de Couro e Calçados teve uma queda de 2% no acumulado do ano. Ainda assim vendeu US$ 1,2 bilhão.

No entanto, quando a receita é convertida para a moeda brasileira, o resultado dos embarques mostra um decréscimo de 5,6% em relação ao ano passado. Setorialmente, os segmentos mais afetados foram o de Couro e Calçados, que contribuem com 10% das exportações do Estado e tiveram uma queda nas vendas em reais da ordem de 23%. Também viram seu faturamento cair na conversão para a moeda nacional os setores de Refino de Petróleo (-46%), Móveis (-18%) e Fumo (-18%). "Apesar do resultado em reais mostrar um impacto direto da taxa de câmbio valorizada, há fatores importantes que estão reduzindo a nossa competitividade internacional, como os elevados tributos e a precária infra-estrutura. A resolução desses gargalos pode contribuir para que a indústria reverta esse cenário, gerando benefícios para toda a sociedade", afirmou Tigre.

Em relação aos destinos, a China destaca-se com 20% de participação na pauta, chegando a US$ 1,2 bilhão na soma de janeiro a agosto. No mesmo período do ano passado, o país asiático ocupava a terceira posição do ranking. A performance se deve, além das vendas de alimentos e bebidas, ao aumento de 95% no envio de celulose e 53% de borracha. Os Estados Unidos continuam em segundo lugar, apesar da queda de 8% nas exportações, em comparação com os primeiros oito meses de 2007. Os americanos compraram US$ 1,1 bilhão. Já o crescimento de 29% nos embarques para a Argentina, que ocupa a terceira posição, é decorrência, principalmente, das vendas de ceifadeiras e debulhadoras, que aumentaram em 109%, e de tratores, em 73%.

As importações de produtos industriais também crescem de forma significativa, 61% no acumulado do ano, somando US$ 9,6 bilhões, ou seja, 97% de tudo que o Rio Grande do Sul comprou. Segundo o presidente da FIERGS, com o mercado interno aquecido, parte da produção destinada ao exterior está sendo redirecionada para atender a demanda brasileira. "O dólar desvalorizado continua a ser um fator determinante para fomentar as importações. No caso do Rio Grande do Sul, concentram-se em matérias-primas e produtos intermediários para atender a uma demanda da indústria local", explicou Tigre. Apesar da expressiva elevação das compras externas, a balança comercial do Estado continua positiva, com US$ 1,9 bilhão.

Quando apenas o mês de agosto é analisado, o saldo comercial fica negativo para as indústrias. As exportações do setor cresceram 19%, totalizando US$ 1,5 bilhão, e respondendo por 89% das vendas globais do Rio Grande do Sul (indústria e agropecuária), em comparação com o mesmo mês de 2007. Contudo, as importações do setor superaram este valor e tiveram uma elevação de 69%, chegando a US$ 1,7 bilhão.

Publicado quinta-feira, 11 de Setembro de 2008 - 0h00