A Pesquisa de Investimentos da Indústria do RS de 2018/2019, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), revela que o percentual de empresas que investiram no ano passado, 63%, voltou a cair. Em 2017, esse percentual foi de 69,6%, interrompendo seis anos consecutivos de queda. O resultado de 2018 ficou bem abaixo do planejado, que era de 72,2% no início daquele ano. Foi a maior diferença já apurada entre a intenção de expansão e a sua concretização: -9,2 pontos percentuais. Apenas quatro entre 10 empresas realizaram todo o investimento programado. “Apesar do estímulo provocado pela demanda, recursos financeiros limitados e dificuldades de crédito travaram muitos projetos. Nada menos do que 76% deles foram bancados pelas próprias empresas A alta dependência de capitais próprios comprometeu os planos na indústria gaúcha em 2018”, explica o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
Com foco na melhoria de processos e na introdução de novos produtos, a maioria das empresas consultadas na pesquisa realizada pela Unidade de Estudos Econômicos da FIERGS preferiu, no ano passado, como principal tipo de investimento, a aquisição de máquinas e equipamentos, realizado por 57%, 3,7 pontos percentuais abaixo de 2017. Em seguida veio a aquisição de novas tecnologias, a opção de 14,9% das empresas. Vale destacar o aumento do investimento em Pesquisa e Desenvolvimento de 5,2%, em 2017, para 8,8%, em 2018.
CRESCIMENTO
Para 2019, a indústria gaúcha possui capacidade produtiva compatível com a demanda esperada: 65,4% das empresas afirmaram ter capacidade suficiente, o maior percentual desde 2015 (66%). No mesmo sentido, 20,9% das empresas afirmaram possuir capacidade produtiva mais do que adequada (excesso de capacidade) para atender a demanda em 2019. Em 2018, esse grupo era maior: 26,6% das empresas, sinalizando uma redução na ociosidade no setor. A previsão é de que, até o final deste ano, 71,8% das empresas invistam, 8,8 pontos percentuais acima de 2018.
Novamente, a demanda e os recursos financeiros continuam como os elementos de maior influência na decisão de investir em 2019. No caso da demanda, 91,5% das empresas fizeram essa avaliação, predominando a visão positiva: 56,8% a consideraram um fator estimulante ou muito estimulante. Por outro lado, a avaliação contrária foi compartilhada por um terço das empresas (34,7%). Já no caso dos recursos financeiros, analisados por 86,4% das empresas, a percepção foi majoritariamente negativa. Para 65,3% é um fator limitante ou muito limitante, percentual bem acima dos 21% que os consideram um fator estimulante ou muito estimulante. Os resultados são similares aos de 2018.