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Presidente da FIERGS defende a necessidade de investimentos em infraestrutura para a competividade industrial

A necessidade de priorizar os investimentos em infraestrutura para trazer mais competitividade às indústrias do Rio Grande do Sul. Essa foi uma das questões tratadas na palestra do presidente da FIERGS, Heitor José Müller, no Clube Cultural e Recreativo Teutoniense, em Teutônia, nesta quinta-feira (26). Segundo dados da Agenda 2020 apresentados por ele, os custos de logística do Rio Grande do Sul representam 18% do PIB estadual e 17% do brasileiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse índice é de 7%. "Além disso, nosso Estado é o que menos investe em infraestrutura no País, apenas 2,5% do orçamento é destinado a esse fim", completou.

Destacou que, por conta dessas questões, o produto nacional chega ao consumidor até 40% mais caro que o importado. "No caso do Rio Grande do Sul, há o agravante de estarmos localizados no extremo Sul", acrescentou. Outros fatores que contribuem para essa realidade são a alta tributação na produção e a burocracia observada no poder público. "De nada adianta fabricarmos o melhor produto, se quando abrem os portões das indústrias, não encontramos estradas adequadas para levá-lo ao consumidor", afirmou.

Como pontos positivos para a economia nacional, o dirigente ressaltou acontecimentos recentes, incluindo a queda dos juros, o câmbio em elevação, os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do PAC Equipamentos e as medidas do Plano Brasil Maior, como a desoneração da folha de pagamento para empresas de alguns segmentos. "Reivindicamos que outros setores como o agronegócio sejam incluídos no plano. Temos um caminho longo a trilhar, mas esses são passos iniciais importantes", declarou Müller.

Demandas da região

Pela manhã, Müller se reuniu na Câmara Indústria e Comércio (CIC) de Teutônia com empresários e representantes de entidades do Vale do Taquari.

O vice-presidente regional do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (CERGS), Egon Édio Hoerlle, lembrou que a região tem 82% do PIB originário no agronegócio e é o segundo maior polo calçadista e moveleiro do Estado. "Buscamos novos investimentos no setor industrial", informou.

Os participantes apresentaram alguns pleitos para a competitividade. Entre elas estão a redução da burocracia na liberação de licenças por parte da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), melhorias na infraestrutura energética, rodoviária, ferroviária e reativação do porto no Vale do Taquari. "Estamos restritos ao modal rodoviário, precisamos diversificar nosso transporte", afirmou o presidente da CIC de Teutônia, Ivandro Rosa. Müller reforçou a importância de receber as demandas das cidades do interior, como forma de criar uma pauta completa de necessidades do Estado. "Precisamos ter bons argumentos para reivindicar", avaliou.

Na visita a Teutônia, Heitor José Müller também conheceu a estrutura da Certel Artefatos de Cimento. A empresa tem capacidade de produção diária de três mil metros quadrados de blocos de concreto e 70 postes de luz de cimento.

Publicado quinta-feira, 26 de Julho de 2012 - 0h00