A situação da indústria gaúcha manteve-se em julho dentro do padrão que vem caracterizando sua trajetória recente: produção crescendo moderadamente, utilização da capacidade produtiva abaixo do usual e excesso de estoques "Os resultados não demonstram indícios de mudança no atual ciclo de recuperação do setor. Mesmo com o cenário de dificuldades e com estoques elevados, esse processo deverá continuar, mas de forma lenta e gradual", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao divulgar a Sondagem Industrial do RS.
O crescimento moderado da produção industrial no Estado em julho (51,9 pontos), em relação ao mês anterior (45,7 pontos), não evitou o recuo do emprego (48,8 pontos) pelo segundo mês consecutivo. O impacto negativo nas contratações ocorreu nas médias (46,9 pontos) e pequenas empresas (48,0 pontos). Nas grandes ficou estável (50,4 pontos). Segundo a Sondagem, o maior volume da produção também não impediu da Utilização da Capacidade Instalada operar abaixo da normalidade (46,4 pontos) e dos estoques ficarem acima do planejado (54,6 pontos).
Em relação aos próximos seis meses, os industriais gaúchos esperam uma melhora moderada na situação. O índice de expectativa futura da demanda registrou 58,2 pontos. O mesmo se observa com as aquisições de matérias-primas (53,7 pontos) e as exportações (51,7 pontos), cuja desvalorização cambial ainda não refletiu positivamente. Já o emprego (50,5 pontos) teve a menor avaliação desde novembro de 2012.
O levantamento varia numa escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima de 50 pontos significa maior otimismo e quanto mais abaixo, pessimismo. Apenas a variável de estoques em comparação ao planejado é avaliada como negativa acima dos 50 pontos.