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Sustentabilidade e colaboração estão no caminho da economia criativa

A sustentabilidade e o retorno financeiro caminham juntos na sociedade moderna, não são excludentes. Essa foi uma das mensagens deixadas na primeira plenária do 5º Congresso Internacional de Inovação, sob o tema Economia Criativa. "Hoje, há indústrias e regiões se tornando mais ricas à medida em que se tornam mais verdes. A economia criativa é sinônimo de ações que não prejudiquem o meio ambiente", destacou o especialista em economia verde e presidente da Global Urban Development, Marc Weiss. Ele citou o caso da Califórnia, que durante a crise energética dos anos 70, decidiu reduzir o consumo, em vez de aumentar a produção de energia. O resultado foi uma economia de US$ 56 bilhões que foram direcionados para outros gastos no Estado.

Ele também falou sobre a importância do papel das pessoas na construção da nova economia. "Na era da informação e do conhecimento que estamos vivendo, as pessoas são o ativo produtivo número 1. As áreas urbanas do mundo são as mais economicamente produtivas, justamente, por concentrarem um maior número de pessoas com acesso à educação, saúde, informação, tecnologia e outros diferenciais", relatou. Escritor e CEO da The Future Agency, o suíço Gerd Leonard tratou do que ele chama de mudança do egossistema (centralizador e individualista) para o ecossistema (distribuidor e coletivo). As empresas referência nesse cenário são aquelas que conseguiram captar essa mensagem e transformá-la em produtos, como o Facebook e Youtube − ambas dão a possibilidade de que cada um escolha seu conteúdo de interesse. "O Brasil, como um País conhecido por sua criatividade, tem potencial para ser referência nessa área", afirmou, lembrando que até 2015, cerca de 100 milhões de smartphones com acesso à internet devem estar nas mãos dos brasileiros.

Já a diretora de criação do Collaborative Lab, Lauren Anderson, abordou a mudança de paradigma da era do consumo colaborativo. "As pessoas valorizam muito mais as experiências proporcionadas, do que o fato de ter um objeto, um livro, um DVD", declarou. Ela apresentou uma série de exemplos na área do consumo colaborativo, como a locadora de vídeos via internet Netflix e a Zipcars, empresa norte-americana de aluguel de carros, que oferece reservas de automóveis cobráveis por hora ou por dia. A companhia é focada especialmente em pessoas que não têm interesse em comprar um carro e o encaram apenas como uma forma de transporte. De acordo com uma pesquisa realizada pela companhia, 72% dos usuários não pensam em adquirir seu próprio meio de transporte. Entre os clientes de 18 a 24 anos, 75% apontaram que preferem viver sem um carro do que longe de seu smartphone.

Também foi apresentado o case do Porto Digital, parque tecnológico sediado em Recife (PE), que reúne 200 empresas e conta com 6,5 mil colaboradores, sendo 75% deles com, no mínimo, graduação. A experiência que iniciou em julho de 2000, tornou-se atrativa para inovação, instituições, empresas, universidades e governos fomentarem mudanças econômicas e sociais que estão gerando riqueza, emprego e renda para a região do Recife. A palestra foi diretor-presidente da empresa, Francisco Saboya.

Publicado Terça-feira, 30 de Outubro de 2012 - 0h00