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Para FIERGS, o Brasil pode sair da crise fortalecido

A turbulência econômica internacional, que começou nos Estados Unidos, teve um momento simbólico que marca o seu início: a concordata do banco norte-americano de investimentos Lehman Brothers no dia 15 de setembro de 2008. Considerando esta data, num balanço de um ano, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) Paulo Tigre, afirma que o Brasil pode sair da crise em situação melhor do que entrou. "Mas, somente acontecerá se o País aprender e aplicar as lições aprendidas nesse cenário de dificuldades".

Para isso acontecer, salienta o industrial, as principais questões que devem ser implementadas são: tributação menor para dinamizar os mercados, juros mais baixos, redução dos spreads, ampliação do acesso ao crédito, criação de programas setoriais focados para resolver dificuldades agudas e tornar o papel do BNDES como efetivo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social. "Um sinal de que com estas medidas conseguiremos nos recuperar e crescer é a importância que o mercado interno teve para minimizar os impactos da crise. Por exemplo, com a diminuição da tributação em alguns segmentos, como de automóveis, os negócios foram dinamizados, comprovando a tese que defendemos, ou seja, uma reforma tributária simplificadora".

"A partir de agora vamos crescer dentro de outro mundo, outro País, em outras circunstancias e teremos que nos adaptar", disse Tigre, destacando que mudanças mundiais importantes que vinham acontecendo foram apressadas após a crise, como a nova matriz energética internacional e uma regulamentação do sistema financeiro. Em relação ao Brasil, cita como desdobramento positivo a recuperação do nível de emprego por meio da dinâmica da atividade econômica. "Empregos não são gerados por decreto, mas resulta do crescimento da economia", reforçou.

O presidente da FIERGS destaca ainda que os impactos da crise foram verificados em todos os setores industriais no Estado e no Brasil, apesar da sua intensidade não ter sido homogênea entre eles. Portanto, explica Tigre, a recuperação também será gradual e lenta. "Temos um longo caminho a trilhar, que vai até maio de 2010. Lá, então, é que começaremos a crescer, pois enquanto isso estaremos somente recuperando perdas", salienta, levando em consideração a possibilidade de crescimento de 1% ao mês.

Publicado segunda-feira, 14 de Setembro de 2009 - 0h00