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FIERGS quer pólo de bioenergia

Entidade assinou em Brasília protocolo com Embrapa

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) está empenhada na implantação de um pólo da agroindústria energética no Estado. Para isto, a entidade, por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS), assinou hoje, 7, em Brasília, um protocolo de cooperação técnica com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O orçamento inicial será de R$ 8,2 milhões e com destaque para a produção de etanol. "Neste momento estamos dando um passo concreto para a inserção positiva da economia gaúcha no cenário mundial dos biocombustíveis", disse o presidente da FIERGS, Paulo Tigre, na solenidade que contou a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes.

O objetivo principal é o desenvolvimento de cultivares de cana-de-açúcar adaptadas às diferentes regiões gaúchas. Além disso, estudos do Centro de Tecnologia Canavieira de São Paulo indicam a possibilidade de implantação de 10 usinas de etanol no Rio Grande do Sul. "O pólo da agroindústria energética no Estado; a formação da `OPEP de combustíveis renováveis' a partir do Brasil; e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento nessa área são temas indesviáveis e que merecem a atenção conjunta do Governo e da iniciativa privada do País", afirma o presidente da FIERGS.

O programa - que de forma geral vai viabilizar a produção de etanol, de maneira competitiva, para atender os mercados regional e internacional - contempla três projetos. O primeiro prevê a implantação da produção da cana-de-açúcar e seus derivados, com estudo de viabilidade técnica e econômica. A proposta é implantar três clusters, considerando aspectos ambientais, agronômicos e da industrialização da cultura. Outro está relacionado ao desenvolvimento da planta, a partir de tecnologias, competências e um sistema de gestão integrada para estabelecer os canaviais.

O terceiro projeto trata da estruturação e implantação da rede de informações para acompanhamento da competitividade da produção de biocombustíveis, com ênfase em etanol. Nesse caso, as instituições parceiras querem articular uma rede de relacionamento e estruturação de um sistema de dados. A intenção é disponibilizar à sociedade informações competitivas, contribuindo para a expansão da fronteira agrícola e da agroindústria.

A produção canavieira no Rio Grande do Sul, apesar de pouco significativa se comparada a outros estados do País, tem importância por estar associada às atividades em pequenas propriedades - relacionadas à criação de gado e ao processamento artesanal de subprodutos. Da área plantada de 35 mil hectares, 25 mil hectares são destinados para consumo na propriedade (comercialização informal de subprodutos ou ainda adicionada à ração animal). O restante dos 10 mil hectares são para produção comercial de cachaça, açúcar mascavo, melado e álcool. O Brasil é o maior produtor de açúcar e álcool do mundo, tendo as exportações alcançado US$ 8,5 bilhões no ano passado.

A FIERGS e a Embrapa acreditam que o projeto dará uma alternativa econômica, social e tecnicamente viável ao setor agrícola e industrial gaúcho, contribuindo para a auto-suficiência de álcool no Rio Grande do Sul. Também será possível aumentar a oferta de emprego e de renda.

Pelo menos 40 pesquisadores, estudantes de iniciação científica (de mestrado e doutorado) vão participar do projeto por meio de universidades, órgãos de extensão rural, cooperativas e instituições de pesquisa dos setores público e privado.

São parceiros do projeto no Estado as seguintes instituições: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Regional Integrada (Uri/Erechim), Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e Emater/RS.

Publicado quarta-feira, 7 de Março de 2007 - 0h00