O fim dos incentivos do ICMS às importações deverá ser votado pelo Congresso no final de março. O anúncio do presidente do Senado, José Sarney, ocorreu nesta terça-feira (28), em seu gabinete, após receber dirigentes de entidades empresariais e trabalhistas que solicitaram pressa na tramitação do projeto de Resolução 72/2010. Os presidentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, e da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, participaram do encontro, juntamente com outros líderes do setor produtivo e sindicais.
De acordo com a CNI, a estimativa é de que o Brasil perdeu 770 mil empregos desde 2010 com a redução do ICMS a produtos importados, concedida por dez governos estaduais. "É fundamental a conscientização de um choque de industrialização no País. A concorrência desleal dos produtos que entram aqui está prejudicando o setor industrial nacional. O exemplo das nações hoje desenvolvidas indica a necessidade de se basear na indústria o processo de crescimento econômico e da evolução social no Brasil", defendeu o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
O presidente da CNI salientou que ao conceder a redução do imposto, os governos estaduais executam na prática uma política cambial própria. "Seria como se a taxa cambial baixasse de US$ 1,74, como estava por esses dias, para US$ 1,56, porque o Estado está dando quase 10% de incentivo fiscal para a importação", exemplificou Robson Braga de Andrade. "A audiência com Sarney demonstrou que trabalhadores e empresários, junto com o Congresso, têm condições de fazer com que a indústria brasileira possa ressurgir, revertendo o processo de desindustrialização que está ocorrendo", afirmou.