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Nanotecnologia em alimentos precisa de regularização

A utilização da nanotecnologia em alimentos precisa de regularização para superar desconfianças do consumidor, segundo o professor da Universidade Católica do Chile, José Miguel Aguilera, durante o III Meeting de Inovação em Alimentos para a Saúde, promovido pelo IEL-RS, em parceria com o Centro de Excelência em Tecnologias Avançadas do Senai-RS, Sindicato das Inústrias da Alimentação do Rio Grande do Sul, Unisinos, Caixa-RS e governo do Estado. Aguilera destacou que o uso da nanotecnologia poderá trazer muitos benefícios à indústria alimentícia. "Através da pesquisa, ela pode trazer mais qualidade, frescor, durabilidade, valor nutricional, segurança, novos sabores e gostos e embalagens inteligentes. Porém, é preciso provar que estas virtudes superam as preocupações dos consumidores com relação a possíveis riscos", disse ele. "Quanto maior o impacto sobre as necessidades do consumidor, maior será a aceitação da sua utilização", enfatizou, destacando que é importante neste processo que haja regulamentação do governo sobre os produtos.

Aguilera, engenheiro químico com mestrado em tecnologia de alimentos pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets e doutorado em Ciências de Alimentos pela Cornell University, afirmou ainda que as grandes empresas alimentícias já devem estar pesquisando o uso da nanotecnologia, mas não admitem. "Por enquanto, se vê muitos alimentos que usam esta tecnologia com venda livre pela internet. Mas sem qualquer controle", salientou.

Já a pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo, abordou a utilização da nanotecnologia na interação com os alimentos e também no desenvolvimento de embalagens biodegradáveis. "Assim podemos melhorar propriedades do amido, por exemplo, que ao ser utilizado em recipientes, teria uma decomposição muito mais rápida que os polímeros sintéticos, que formam o plástico", comentou.

O evento tem como objetivo oferecer ao empresário do segmento de alimentação conteúdo inovador e perspectivas com relação a fatores de competitividade para a indústria, levando em conta as tendências em pesquisa e mercado do cenário global.

Publicado quarta-feira, 30 de Setembro de 2009 - 0h00